confesso que chorei quando chegamos no templo mortuário de Hatshepsut… 6 da manhã, por uma hora era só a gente, a lua, os balões no céu que começava a ganhar luz e uma obra prima do mundo antigo. nas montanhas um falcão ia de encontro ao seu ninho e no horizonte o sol nascia alinhado no centro das pilastras pra iluminar os salões principais, afinal em um dia seria solstício e os antigos faziam tudo pensando nisso.
mas pra além de tudo isso, o que esse lugar simboliza é ainda maior. essa foi a única rainha que de fato teve o Egito em suas mãos… teve que usar barba falsa, inserir uma terminação masculina no seu nome, se declarar filha de Amun-Ra, pra quem dedicou o templo central desse legado, entre outras coisas que como mulher precisou pra constatar sua legitimidade. ela foi maravilhosa para as navegações, pro comércio, implementou medidas transformadoras e tudo mais, mas confesso que esse lugar é o que mais me impressiona de tudo. colunas cujo estilo seria referência aos gregos alguns milhares de anos depois, estátuas monumentais da imagem dela fantasiada do Deus Osiris com o teor certo de cinismo filosófico, a única tumba aberta como templo para que as pessoas seguissem trazendo oferendas aos 3 deuses principais que ela escolheu honrar ali, e o que antes era um jardim imenso com árvores importadas e fontes (sim, fontes há quase 5mil anos atrás haha). de um lado um espaço dedicado a Anúbis, deus chacal que a guiaria ao submundo, à vida após a morte, e de outro, um complexo dedicado a HATHOR ✨ deusa da música, com suas orelhas de vaca e rosto de mulher ela representava o amor que triunfa (esposa de Horus, o salvador do Egito)… tão lindo, por entre tantos desafios na história dessa faraó, o tributo ao fluxo criativo através da música, a beleza na arte que é a vida, ainda que em sua morte. foi emocionante e eu pretendo voltar (tomara que com quem quiser vir comigo, no @vamosviajar.laylafoz ) 🌞 que o arquétipo de Hathor alegre nosso próximo ano, que 2023 seja belo e mágico, e que possamos criar maravilhas a frente do nosso tempo, monumentos visionários para o planeta, como essa braba fez aí 🥹